Não sei nada
Quase nada
A visão e o pensamento
Constroem o desencanto
E se penso ter certezas
Das coisas que digo e faço
O mais certo e que me enleio
No erro e no embaraço
O tempo de vida escorre
Como gota em oceano
Todos os dias se morre
De ilusão e desengano
Demandar a perfeição
Procurar nos corações
A mentira ou a verdade
Tem sempre a mesma feição
Do escuro e da claridade
Mas nas penumbras da vida
Ainda há quem abra a porta
Para dar conforto e guarida
Ao amargor e ao pranto
À mão que se estende amiga
Ergo a minha voz e canto
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