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sábado, 26 de março de 2011

Os passos perdidos

OS PASSOS DO COELHO

Há por aí muita gente a bater palmas pela queda do Governo e outros tantos a aquecerem as mãos pela perspectiva de um novo governo encabeçado pelo PSD.

É verdade que o governo demissionário pouco mais fez do que meter a mão no bolso dos contribuintes (de alguns contribuintes, diga-se em boa verdade). É preciso devolver a palavra aos portugueses, proclama-se. Muito bem. Cá vai disto.

O sr. Passos decidiu que seria melhor aumentar a despesa com eleições do que corrigir (como diz ser sua intenção) o PEC que Sócrates levou a Bruxelas. Ora se o governo não tombasse não haveria eleições e o sonho de primeiro ministro do sr. Coelho esfumava-se. O dele e de outros que já sonham com ministérios, como é o caso do sr. Portas. O que se estranha, em tudo isto, é a aliança esquerda-direita no acto do derrube. O BE, o PCP e o seu satélite Verdes ajudaram a abrir a porta à ambição de outros políticos. Por certo não imaginaram que terão alguma preponderância em futuros governos. O bloco PSD/CDS se chegar ao poder vai fazer o que muito bem lhe der na gana.

A primeira medida conjunta foi anular o modelo de avaliação dos professores. Acho bem. E para que o português comum pudesse entender a medida o Sr. Passos declarou, em entrevista, que o modelo actual era monstruoso e kafkiano. Kafkiano qualquer pessoa sabe o que é portanto podemos concluir que isto é o que se chama falar claro e bem com o povo. Esperemos é que a reforma do modelo de avaliação não seja Carolliana (Lewis Caroll). Se os professores continuarem a ser avaliados pelos seus pares o resultado será sempre duvidoso já que enferma de simpatia ou antipatia do avaliador pelo avaliado.

Adiante. Uma promessa que o sr. Coelho já fez foi de uma maior distribuição de impostos a começar pelo aumento do IVA que é distribuído por todos. Assim tanto paga o nababo que ganha 10, 20, 30 mil, ou mais, euros por mês como o reformado que recebe, 200, 3oo ou 400 euros por mês.

Se os cortes salariais continuarem a ser aplicados na generalidade ou seja cortar dez por cento num ordenado pequeno e os mesmos dez por cento num salário opíparo, a justiça social continua a ser perfeita.

Meter a mão no bolso do capital, nem sonhar. A Maçonaria e a Opus Dei não deixam.

A voz do povo diz: a m…. é sempre a mesma as moscas é que mudam.

quarta-feira, 23 de março de 2011

terça-feira, 22 de março de 2011

Bucólica

Não sei nada

Quase nada

A visão e o pensamento

Constroem o desencanto

E se penso ter certezas

Das coisas que digo e faço

O mais certo e que me enleio

No erro e no embaraço

O tempo de vida escorre

Como gota em oceano

Todos os dias se morre

De ilusão e desengano

Demandar a perfeição

Procurar nos corações

A mentira ou a verdade

Tem sempre a mesma feição

Do escuro e da claridade

Mas nas penumbras da vida

Ainda há quem abra a porta

Para dar conforto e guarida

Ao amargor e ao pranto

À mão que se estende amiga

Ergo a minha voz e canto

Cabeça Feliz

Uma marca de champô anuncia que quem o utilizar passara a ter uma cabeça feliz. Ficámos fascinados com esta inovadora fórmula da indústria cosmética. Já conhecíamos diversos efeitos da utilização deste tipo de produto. Cabelos sedosos, cabelos volumosos, cabelos brilhantes, cabelos soltos, etc. Mas esta novidade que nos permite, após a lavagem do couro cabeludo, ficarmos com uma cabeça feliz vai fazer furor.
 
Constou-nos que o governo encomendou alguns milhões de embalagens que vai distribuir a todos os funcionários públicos, reformados, desempregados e demais indigentes. Sabe-se, também, que se pediu ao laboratório, para acautelar que o orçamento não se desequilibre, o reforço dos ingredientes de tal modo a que o efeito “felicidade” dure, pelo menos, um mês. Os promotores do maná juntaram instruções de lavagem onde se aconselha a esfregar vigorosamente o cabelo até que se sinta que, nos lábios, desponta um sorriso. Abençoado laboratório que faz chegar até nós tal maravilha. Um verdadeiro Eureka. Champôzito de manhã = felicidade garantida.
 
Assim, apesar do povo português continuar a ser alvo de esbulhos, quase diariamente, trocará o ar macambúzio e descorçoado por um sorriso onde irá transparecer a felicidade.
 
Nestas condições o governo poderá continuar, tranquilamente, a ir-nos `algibeira que ninguém irá protestar. Se o cidadão é feliz vai protestar porquê?
E já estamos a imaginar outras utilizações. Por exemplo: anuncia-se uma greve e, de imediato, o governo envia batalhões de lavadores de cabeças a aplicar o bendito ingrediente no toutiço dos agitadores. No parlamento a oposição ameaça não aprovar um projecto do governo Chega-se-lhes (aos deputados) com doses maciças de champô. Vai ser um sucesso.
 
O Zé pagante poderá morrer à fome mas morrerá com um sorriso nos lábios.

segunda-feira, 21 de março de 2011

O Bully Invisível

Ser português implica ter um Bully invisível à perna. Todos nós o sentimos, principalmente quando nos vai ao bolso. Porém, não se limita a sacar os trocos da algibeira. Já que está com a "mão na massa", aperta-te os tintins, também.  Todos somos vítimas de Bullying governamental. Aliás, até gostamos.  

O Governo é o patrão que te pede o carro emprestado. Antes do empréstimo, como bom português, vais atestar o depósito. Ele devolve-te o automóvel com o ponteiro da gota no mínimo, com o pára-choques escangalhado, com os vidros cheios de caganitas de pombo, e tu, agradeces, com sentimento de dever cumprido, com o gáudio de um adolescente que acabou de descobriu os prazeres da masturbação. 

Ser português, implica sofrer de um autismo masoquista tremendo, de um comodismo castrador imparável. Mudança não consta no nosso dicionário. Até uma preguiça se move mais, em pleno Agosto, numa solarenga tarde de Domingo. 
Infelizmente Portugal não tem amigos, e  não há quem nos salve. É  triste não ter petróleo.

Geração à Rasca II

Comecemos pelo termo, propriamente dito. Partido. Partido é sinónimo de: facção, interesse, lado, bando, parte e outros mais que, de momento, não me ocorrem. Actualmente, a designação partido político estimula desconfiança e rejeição. A melhor designação para qualquer movimento que desponte deve ser alvo de consulta e consenso das pessoas envolvidas.

Não tenho, o que seria a ridículo, a pretensão de ter criado na minha mente uma nova filosofia politica e todos sabemos que se quisermos apontar soluções viáveis para tornar a nossa sociedade mais justa e solidária iremos repetir algumas fórmulas que os políticos utilizam (ou fingem que utilizam). Há por aí muitos teóricos e muitas teorias. Da teoria à prática ou à acção, se quiserem, existe um enorme abismo. Uma coisa é dizer: Eu faço. Outra coisa é fazer. Disso já estamos nós fartos.

O movimento “Geração à rasca” pode ser, ainda, uma luz ténue ao fundo do túnel. E se os seus participantes se deixarem seduzir pelas propostas do partido A, B ou C. depressa essa luz se apagará. Penso, pelo contrário, que ao manterem-se firmes na independência, veja-se sem conotação, de qualquer programa político existente poderão granjear cada vez mais adeptos que permitirão gerar uma conglomeração de cidadãos com força suficiente para por ordem neste caos.

Não basta aparecer em locais públicos agitando cartazes ou vociferando palavras de protesto, se bem que isso deva continuar. Mas, o que é também importante é que as pessoas se reúnam para troca de ideias e criação de projectos eficazes de acções de luta. Será possível inovar? Será possível neutralizar as práticas correntes de gestão política? Será possível desenvolver uma nova filosofia económico-social? Quem sou eu para sugerir o que quer que seja. Mas se acharmos que não vale a pena tentar o melhor é recolhermos a casa, continuar a ver telenovelas e relatos desportivos e apertarmos mais o cinto. Mas se, por outro lado, acreditarmos que há por aí muita gente válida capaz de dar o seu contributo e nos organizarmos num movimento eficaz de contestação, estou com vocês. Valho muito pouco mas se uma migalha minha, que seja, puder contribuir para o sucesso, ficarei feliz.

E, acreditem ou não, a fórmula é simples: o Amor. Porque solidariedade é amor. Fraternidade é Amor. Justiça, verdadeira justiça, é Amor. Patético, dirão. Mas se não amarmos uma causa nunca levaremos a bom porto.

Geração à Rasca

GERAÇÃO À RASCA (Mas, mesmo, à rasca)

O movimento que agora desponta e que dá pelo nome de “Geração à Rasca”, com paralelismo ou conivência de outras facções, com incidências concomitantes ou não, poderá tornar-se numa força contundente contra o actual regime ou ser apenas um fenómeno passageiro que, dentro em pouco perderá força. e cairá no esquecimento.

O primeiro perigo virá da colagem dos partidos políticos que, como sempre, aproveitam qualquer oportunidade para tornarem suas a iniciativas dos outros. E, logo, na manifestação se viram figuras ligadas a diversas facções partidárias. Estavam ali apenas para apoiar ou para dizer: contem com o meu partido?

O povo português está cansado de promessas regurgitadas pelas diversas facções que pagodeiam no parlamento. E a prova disso é o crescente abstencionismo que se verifica em cada acto eleitoral. A panóplia de propostas incumpridas e de soluções inexequíveis cansou e desesperou a população que prefere abster-se a participar numa acção que não lhe confere qualquer hipótese de melhoria.

A esperança que agitou os portugueses, duma mudança para melhor, redundou num enorme fracasso. As mesmas vampíricas criaturas que sugavam o povo antes da revolução (golpe de estado) de Abril de 74 regressaram aos covis, pouco tempo depois de fugirem, para continuarem a sugar o sangue à população, tantas vezes ignara e, quase sempre, confiante.

Outra ameaça para a “Geração à Rasca” é a imprensa, Se ainda alguém tiver a ilusão que o jornalismo (com excepção de alguns jornalistas) poderá ser um veículo de transmissão de ideias inovadoras, desiluda-se.

Não só porque os jornais estão sob a alçada dos grandes grupos económicos tal como, por outro lado, dependem da publicidade para a sua sobrevivência. Quando um jornalista se torna demasiadamente incómodo os “patrões” arranjam sempre maneira de os silenciar e quando não isso, despedem-no ou põe-no na “prateleira”.

A canção dos “Filhos da Luta” que ganhou o festival deste ano poderá ser utilizada como “arma” pela G.à.R. ou como símbolo ou adenda para as suas reivindicações. Vale aquilo que vale. Não foi a sua qualidade que lhe conferiu sucesso foi, outrossim, a sua fórmula panfletária que os votantes subscreveram para manifestar o seu protesto contra o estado de coisas. Por outro lado o: Camaradas, pá cheira a grito partidário. Partidos andamos nós todos. E quem nos partiu? Os partidos!

Se a G. à R. se deixar embalar pelo “melhor” programa (venha ele da esquerda ou da direita) depressa perderá a sua independência e se transformará em mais um satélite deste, daquele ou daqueloutro. Todos os patifes bem falantes (como Botto os apelidou num poema em memória a F. Pessoa), repartidos pelas facções partidárias que nos fizeram acreditar, no passado, que as suas soluções eram as melhores para o nosso progresso e bem-estar devem ser marginalizados e ou excluídos. Descredibilizados já eles estão todos agora urge fazer-lhe sentir isso mesmo e desencadear acções que os impeçam de nos continuarem a vender jogo branco. Se à G.aR. se forem juntando todos os descontes, todos os espoliados, todos os ludibriados e todos aqueles que discordem da forma discriminatória como são, ou virão a ser, tratados podemos juntar alguns milhões que terão força suficiente para bater o pé e dizer: Basta!

Penso que se surgir um movimento que garanta aos portugueses que não se identifica com qualquer programa partidário nem se veja retratado em qualquer ideologia, poderá ter credibilidade para ajudar a mudar o estado de coisas. Mas, então, pergunta-se: Isso não implicará fundar um novo partido político que, necessariamente, terá de andar a reboque de uma qualquer ideologia? Não, de modo nenhum. Não teremos de ser comunistas, ou socialistas ou democratas-cristãos ou outros quejandos que tais. Basta dizer: SOMOS PORTUGUESES. Somos a geração à rasca. Mas vamos desenrascar-nos.

continua

domingo, 20 de março de 2011

Basta

Na minha juventude um meu tio, por quem tive o privilégio de ser educado, levava-me, frequentemente a ver ora teatro, ora ópera, ora concertos. De início eu achava os espectáculos uma estopada. Felizmente, o velho tio persistiu no seu intento de me familiarizar com as artes do belo canto, da música e da representação e eu, com o tempo fui-lhe tomando o gosto. Fiquei-lhe grato para sempre e aqui teço uma sentida homenagem à sua memória.

O público, naquela época, era exigente e não se compadecia com actuações medíocres. Se o espectáculo não correspondia às expectativas pateava. Sim, pateava batendo fortemente com os pés no chão. Não se verificavam, senão raramente, gritos ou assobiadelas. Uma bela pateada era uma forma de protesto contra um mau espectáculo e uma pratica de que pouca gente abdicava.

Nos nossos dias desde há muito que essa peculiar tradição se esfumou e, presentemente, temos dificuldade em determinar, quando ouvimos gritos e assobiadelas, se o público está a aplaudir ou a protestar.

Não se fique já aqui a pensar que eu sou um saudosista do passado. Muito pelo contrário. Não tenho saudades nenhumas da Pide, da censura, da Legião, da Mocidade Portuguesa e de mais uma catrefada de arbitrariedades e injustiças que ocorriam na época.

A pateada era uma das poucas coisas que se faziam com livre arbítrio sem, todavia, deixar de acautelar a presença de um ou outro polícia que estacionava, durante alguns espectáculos, nas coxias laterais.

Muitas pateadas, que tinham lugares nas estreias determinavam, muitas vezes, a continuidade do espectáculo.

Hoje em dia os protestos adquiriram outras formas, deixando ser uma expressão abrangente da sociedade para passarem a sectorizar-se em diversos núcleos sociais. Hoje=os professores, amanhã=os médicos, depois de amanhã= os pescadores e por aí fora. As tentativas que os sindicatos fazem no sentido de promover uma greve geral estão sempre condenadas ao fracasso, nunca tendo uma adesão significativa, quando não insignificante. E isto porque cada grupo se está, positivamente, borrifando para o vizinho do lado. O que se pretende e ver satisfeitas as reivindicações. E os outros? Que se amanhem!

Acima, dizia que em determinada época se praticam toda a espécie de injustiças e arbitrariedades. E nos nossos dias? As coisas melhoraram? Já não há pobreza, fome, autoritarismo, exclusão social, emprego precário, reformas de miséria e muitos outros direitos que se vêem destruídos ou burlados? Nestes mais de 30 anos de democracia (democracia?) o que é que mudou? Em tempos sofria-se, entre outras coisas, da repressão policial agora sofre-se de tirania económica. Que é um tipo de tirania invisível e silenciosa; uma corja que se dá a conhecer, apenas, pelo eufemismo mercados. É sempre o velho chavão: os ricos cada vez mais ricos; os pobres cada vez mais pobres. Algum membro do actual governo que lê-se este relambório logo contraporia: O senhor está mal informado. Não se esqueça que já demos isto, mais aquilo e aqueloutro. Migalhas, não foram mais que migalhas. O grosso da coluna foi dado, de mão beijada, ao grande capital. A riqueza está concentrada em duas dúzias de maraus que regem, a seu bel-prazer, os nossos destinos. E prova foi o recente escândalo de salvação das bancas que não controlaram a sua cupidez e cujos gestores, autores de numerosas burlas sairão, certamente, ilesos e de barriga cheia. O estado responde a estas questões com sofismas.

É a política que temos!

É a justiça que temos!

Mas será que os portugueses ainda não estão fartos desta gente e dos governos que os apaparicam? Já não e tempo de uma altissonante pateada dizendo: BASTA? Não será este o momento de clamar-mos bem alto o nosso desencanto e nos unirmos todos, um só dia que seja, gritando a esses senhores: BASTA. Basta, estamos fartos de promessas não cumpridas e de vergonhosas migalhas. Um protesto que congrega 100 ou 150.000 pessoas não impressiona os malandrins, mas alguns milhões a gritar BASTA, como forma de pateada, vão faze-los borrar os boxers.

Não pode ser apenas o futebol a unificar um povo. O futebol é um desporto interessante que se aprecia, quando bem jogado. Pena é que se tenha transformado num negócio onde se acoitam certos personagens que o despersonalizam e aviltam. Mas, contudo, se nos deixamos galvanizar com os feitos da equipa das quinas também, se nos esforçarmos, poderemos unir-nos em torno dum objectivo comum: o bem-estar e a melhoria de vida de todos. É preciso que eles – os tais cavalheiros - saibam que estamos tristes, descontentes, revoltados. Teremos de manifestar a nossa insatisfação duma forma convincente, que os faça meditar e retroceder nas medidas anti-sociais que vêem praticando. Se o actual governo não tem coragem para decapitar os abutres que causaram a falência de centenas – senão milhares – de famílias que se demitam.

A palavra solidariedade não consta do vocabulário de quase todos os políticos e dos grandes empresários. Mas terão de se consciencializar que não podem continuar a fazer leis só para beneficiar alguns que engordam os cofres à custa do trabalho mal pago e, muitas vezes, escravizante.

E, já agora, mostrem alguma solidariedade para com os idosos abandonados pelas famílias em camas de hospitais. Dêem-lhes uma vida, um bem-estar que possa minimizar a tristeza decorrente do vergonhoso abandono a que foram votados. Não finjam que são bonzinhos só antes das eleições.

Assim, em cada cidade, em cada vila, em cada povoação, em cada lugarejo, no mesmo dia, à mesma hora vamos todos gritar: BASTA. Quem se veja impedido de comparecer no local aprazado vá janela e grite: Basta, Basta, BASTA, BASTA, BASTA, BAAAAAAASTA! Já no dia 31 de Março de 2011. BAAAAAAASTA!

Fernando Perdigão

sexta-feira, 18 de março de 2011

"Em Portugal a Corrupção é Cultural" - Especial Deputados

Bem-vindos à rubrica semanal "Em Portugal a Corrupção é Cultural".

Ao longo deste espaço ludicó-criticó-culturó-neo-apartidário, irei analisar da melhor forma possível, os principais problemas do nosso querido sistema político, (democracia não é de certeza, os portugueses nunca viveram neste tipo de regime. Eu por acaso sei o que é, pois consultei a Wikipedia e vi alguns filmes da Segunda Guerra Mundial) .

A primeira temática abordada prende-se com o parlamento português, especificamente, um grupo de caracóis sem concha: os deputados.

Na minha opinião romantizada da política, os membros da Assembleia Legislativa prestam um serviço de enorme importância ao país. Este trabalho deve reger-se por um sentido de dever e acima de tudo, vocação. Infelizmente a grande parte, não cumpre a sua obrigação, nem possui qualquer tipo de predisposição (olha, uma cacofonia. O que faria um deputado neste caso? Nada. Como eu não sou um molusco gastrópode vou corrigir a frase: "...não cumpre a sua obrigação, nem possui qualquer tipo de vontade".

Os arrumadores de carros são mais úteis à sociedade portuguesa, e trabalham mais! Depois estoiram tudo na droga, porém é trabalho. Quem nunca andou o dia inteiro com um jornal na mão a realizar movimentos repetitivos a gritar "BIRA", "DESTORSSE" E "TÁ BOM", não se atreva a dizer que esta função não é labuta, pois o braço fica todo dorido e dá azo a uma possível tendinite. Não há seguro de saúde que cubra, ao contrário dos deputados que têm uma bela apólice, paga por nós. Os membros da assembleia dormem, falam ao telemóvel, jogam Farmville o dia todo e faltam muito. Eles produzem tanto como eu, num Domingo, seguido de feriado à Segunda-Feira.

E depois quanto é que ganham estes 230 meninos? O orçamento de estado para 2011, diz que eles ganham no total, 11,7 MILHÕES de euros. Pouca coisa para um país em crise. Cada um destes senhores tem um ordenado base na casa dos 3815,17 euros. Disto isto, era bonito dar o exemplo aos portugueses e reduzir o número de deputados dos atuais 230 para o mínimo legal: 180. Num país decente governado por pessoas sérias, seria a medida tomada.

A Constituição da República portuguesa, explica os deveres (artigo 159.º) dos deputados: comparecer às reuniões do Plenário e às das comissões a que pertençam; desempenhar os cargos na Assembleia e as funções para que sejam designados, sob proposta dos respectivos grupos parlamentares e participar nas votações. Eles escapam ao trabalho quando lhes apetece e por isso, não comparem nas reuniões; não desempenham as funções para que são designados, pois alguns "descansam a vista" enquanto os outros estão no Facebook, e não participam nas votações, graças aos coleguinhas, que assinam pelos ausentes.

Nos tempos de faculdade quando me baldava a uma aula, eu pedia ao António para assinar por mim e o António assinava. No dia seguinte o António não ia pois tinha apanhado uma carroça monumental na noite anterior e eu forjava a sua caligrafia. Estão a perceber a ideia? Assim ninguém chumbava por faltas. É errado eu sei, mas eu não sou deputado. Agora percebo donde saiu este costume do "agora assino eu", agora "assinas tu" , tão apreciado nos corredores da Assembleia da República.

E lembrem-se: o melhor trabalho do mundo é ser deputado. Para a semana há mais.